Bem-vindo à casa de Morfeu!!

Sonhos

Eles não sabem, nem sonham,

que o sonho comanda a vida,

que sempre que um homem sonha

o mundo pula e avança

como bola colorida

entre as mãos de uma criança.

--Antônio Gedeão--


Sonhar é acordar-se para dentro.
                        Mário Quintana

Wednesday, July 19, 2006

Seis Degraus da Turbulência Interior

*Agora é a hora em que me proponho ao egoísmo: depois de apresentar todos os personagens jogadores (PCs - do inglês: Player Character) e os seus prelúdios, quero apresentar os meus personagens, os NPCs (Personagem Não Jogador, Non Player Character). Os principais são seis, por isso os Seis Degraus da Turbulência Interior.

Vou começar apresentando minha Pooka, Andressa Felix.*

Primeiro Degrau: Andressa Felix

Citação:

"O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato."

Pablo Neruda

Andressa Felix* é uma Pooka de 17 anos de idade, que diz ser uma fada há mais de três anos, mas na verdade são apenas três meses. Seu comportamento é como o de um gato: amigável, mas preguiçoso e traiçoeiro às vezes. Tentei refletir isso no seu legado Unseelie, que é o Esperto: alguém que se deleita em tirar proveiro do trabalho alheio e que se anima com a possibilidade de ganhar a glória sem ter trabalhado. Isso combina bem com os Pookas, sempre dispostos a uma boa mentira para retirar a glória dos valentes Trolls...
Ruiva de olhos verdes, Andressa é linda. Mas tem dois problemas dentro da sociedade feérica: por ser muito meiga, frequentemente é considerada como uma criança, e isso realmente a aborrece quando se trata de Hefesto, o Nocker que é o affair de sua vida (esse arquétipo foi inspirado no relacionamento entre Kaji e Asuka, do Evangelion).
O outro problema é que ela carrega um dán (conceito de destino peculiar às fadas, envolve algo mais ou menos parecido com o conceito de destino dos centro-africanos) maligno, lançado por uma feiticeira em alguma de suas existências anteriores. A maldição é a seguinte: invariavelmente, todos de quem ela se aproxima (tornando-se íntima) morrem. Dessa forma, ela está condenada a passar toda a sua existência sozinha, sem amigos, família e amores. Em conseqüência disso, certa vez ela mentiu sobre um evento importante que foi decisivo na vida de seu pai, o Troll conhecido como Cadmus.
Cadmus foi condenado pela mentira da filha, e obrigado a morar definitivamente no lugar conhecido como Barreira do Inferno, no Sonhar; além disso, perdeu o seu título de Cavaleiro da Comarca do Rio das Mortes.
Ela nunca se recuperou desse evento, porque estava separada de seu pai desde a infância e essa seria a oportunidade de reconciliação, mas o destino não permitiu.
*É claro que, como Pooka, ela sempre omitirá a verdade sobre todos esses fatos e sobre o seu misterioso passado... Mas os jogadores têm que trabalhar um pouco, não é mesmo? Afinal, quando pensei nos NPCs, pensei: tenho que fazer um Pooka!! O que diverte mais o Mestre do que uma criatura que mente, desmente, desconversa, engana e confunde?
Meus jogadores dizem que eu sou sádico...*

*Felix é uma referência ao meu sobrenome, que em latim tem duas raízes: felis (feliz) felicis (felino). Como ela é uma Pooka com feições de lince...

Tuesday, July 18, 2006

O Efeito Borboleta



A terceira e última parte da primeira aventura é a de Rafael (Diego), o jovem Nocker.

Após seu último encontro com Isabela, Rafael volta para casa pensando sobre o porquê dela ter partido chorando. À noite ele não consegue dormir, e no meio da madrugada ouve barulhos na garagem de sua casa.
Ao verificar a origem dos barulhos, Rafael descobre que Isabela fugiu de casa para encontrá-lo. Eles passam a noite juntos, descobrindo o sexo juntos; e quando amanhece tomam café junto com o pai (adotivo) de Rafel.

Então alguém bate na porta. A batida soa como um despertador acordando o sonhador de um sonho agradável, porque é um dos capangas do pai de Isabela que veio buscá-la. Ele chama-se Giovanni, o braço-direito do pai de Isabela. Rafael decide enfrentá-lo, mas não pode fazer nada; posto que é apenas um adolescente franzino. O dono da casa, no entanto, toma as dores de Rafael e discute com Giovanni, que o mata sem hesitar (*o que esperar de um Andarilho do Asfalto Ragabash dos Espertinhos?*), levando Isabela embora.

Rafael vai atrás dele, de bicicleta, chegando algum tempo depois. Entra pelo portão esquecido aberto, e encontra Giavanni, que lhe acerta um tiro na mão pela ousadia de procurá-la. Mas Isabela aparece para vê-lo. Na pressa e na perplexidade, Rafael ainda lembrou-se de levar uma flor para ela...

Mas ela apenas o olha, sem abraçá-lo. Está fria e distante. Suas únicas palavras: "não me procure nunca mais". E então o portão eletrônico se fecha, separando-os, talvez para sempre.
Rafael corre deseperado pelas rua, sua raiva e frustação manifestando-se no Efeito Wyrd* que faz os carros serem destruídos apenas com a fúria de seu olhar e os seus gritos. O caos se espalha pela madrugada, até que ele desmaia.

Rafael acorda em um quarto de hospital. A enfermeira diz que alguém quer vê-lo, mas ele deduz que não se trata de Isabela, posto que são duas pessoas.
Mas no canto uma única coisa lhe chama a atenção, porque brilha como se houvesse roubado as cores de todo o resto do quarto branco do hospital: uma rosa deixada por uma garota...

*Efeito Wyrd: poder feérico que permite forçar a realidade a aceitar os sonhos por um curto período de tempo, permitindo dessa forma que as criaturas e poderes do Sonhar interajam com os Adormecidos (aqueles que não podem ver o Sonho).

Monday, July 17, 2006

Vidas Breves


Essa é a segunda parte da aventura introdutória:

Fabrício estava com seus amigos em frente a um teatro no centro da cidade, bebendo e conversando junto com seus amigos e sua namorada (Letícia). Mas a paz e a calma são quebradas pela chegada dos porcos fardados (policiais) da Ditdura, sempre à procura dos punks.
Cada um foge para um lado, mas o cerco já está montado e Fabrício é preso, junto com Letícia.

Desacordados, ambos acordam numa escura sala de interrogatório... os porcos fardados procuram por uma espécie de liderança entre os punks, uma mulher chamada Olívia. Mas Fabrício apenas ouviu falar sobre ela, mas os agentes não se dão por convencidos: após torturarem Fabrício ainda estupram Letícia na sua frente.

Incapaz de reagir, e sem conseguir fazer nada, Fabrício desmaia e assim permanece até ser despertado por um grupo de homens (também punks) chamados RADICAIS LIVRES, militantes ante-ditadura. Letícia acaba morrendo nos braços de Fabrício. Ele é levado para um cemitério, e depois de vagar pelas ruas acaba encontrando com a própria Olívia, a mulher que os agentes procuravam. Após conversarem, Fabrício decide voltar para casa.

Ao chegar em casa, ele percebe que os agentes já estão lá. Sua família corre perigo, portanto.
Ele se lança desesperado para salvá-los, e enfrenta um dos agentes no mano-a-mano. O combate parece estar perdido, mas o homem diz a Fabrício que sua família está morta.

A visão torna-se turva. Nada mais é perceptível de uma maneira comum.
Fabrício abre a boca para gritar, mas ao invés disso obedece a um instinto mais forte: o de morder. O agente cai desmembrado no chão.

Olívia leva Fabrício embora, mas o estranho gosto de sangue acabaria por tornar-se familiar...

Wednesday, July 05, 2006

A Primeira Aventura


Depois de muito tempo criando os personagens, jogamos a primeira aventura.
Ela foi divida entre os três personagens, que não se encontraram durante o jogo (por enquanto).

O SONHO DE UM MILHÃO DE GATOS!

A primeira parte começa com Heitor tentando dormir após um dia normal. Mas os malditos gatos não deixam... eles parecem ser muitos! Talvez um milhão de gatos! No telhado, no jardim, no porão, estão por toda parte.
Indagando-se o que ocorre, Heitor continua tendo a mesma sensação por noites seguidas, sem conseguir dormir. Até que decide contar a seu pai, que o leva a um psicólogo, e depois a uma clínica de psiquiatria. Os psiquiatras dizem que o estado de Heitor é grave, afinal, é uma doença reincidente na família. Antes de ser sedado, ele ouve os médicos dizerem que a pobre mãe (que ele nunca conheceu) também teve o mesmo fim.
Os sonhos desaparecem no hospital psiquiátrico... junto com a sanidade de Heitor e também toda a sua inteligência e vivacidade. Ele volta para casa um mês depois, não ouve os gatos, mas está c0ompletamente mudado. Os dias passam tristes. Até que surge apenas um gato. O prenúncio de que eles voltariam.
À noite, o pai de Heitor parece triste. Os problemas do filho, o baixo lucro da marcenaria, o aumento da violência na vizinhança... ele se embriaga um pouco mais do que o costume.
De madrugada, Heitor ouve barulhos na marcenaria. Acorda o pai, que vai até lá ver o que se passa. São ladrões, roubando ferramentas; o velho homem tenta reagir, e é morto a pancadas na frente do filho.
Heitor não se desespera totalmente. Como uma criança, ele não consegue entender o que aconteceu. Apenas uma pergunta passa pela sua cabeça: por quê? Então, ele indaga calmamente ao assassino, que lhe retruca perguntando se ele é louco... como a vadia da mãe.
O Troll não vê mais nada claramente, apenas muita fúria, raiva, e sente apenas o sangue. Quando se dá conta, olha-se e enxerga como ele realmente é: um gigante, de pele azul e com uma garbosa armadura quimérica, além de uma espada.


Lá fora, os gatos voltam a miar...